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Devo realizar suplementação de vitamina E durante a gestação?

As orientações e condutas na atenção primária referentes ao cuidado pré-natal são de extrema relevância para os atributos de longitudinalidade e integralidade do cuidado ao binômio mãe-bebê. O momento do pré-natal é a oportunidade de se criar e amadurecer o vínculo, e como muitos de nós ouviram durante o período de formação acadêmica: uma boa puericultura é a extensão de um bom pré-natal.

Por essa razão, durante o processo de cuidado conjunto, a gestante pode trazer muitas dúvidas, muitas vezes inusitadas para o profissional que presta a assistência. Dentre essas dúvidas, suplementação vitamínica é sempre algo que causa ansiedade em ambos os pólos da relação médico-paciente. Em muitos casos as evidências não são uniformes em relação ao que é a melhor prática, o que cria incertezas para o profissional, ao mesmo tempo em que de modo geral há uma expectativa da gestante de que suplementar vitaminas seja sinônimo de bom cuidado em saúde.

Suplementação de vitamina E na gestação

Dessa forma, pesquisadores avaliaram as repercussões da suplementação de vitamina E ao longo da gestação. A vitamina E apresenta propriedades antioxidantes, reduzindo assim o estresse oxidativo. É parte da fisiologia da gestação alterações no estresse oxidativo, de forma que seu aumento está relacionado à pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal e ruptura prematura de membranas. Com base nesse plano de fundo surge a pergunta de pesquisa a ser respondida: devo suplementar vitamina E durante a gestação?

Os pesquisadores do grupo The NNT revisaram os 17 maiores ensaios clínicos acerca do tema, com inclusão de aproximadamente 22.000 mulheres. Durante essa revisão, os pesquisadores avaliaram como desfecho parto prematuro e morte neonatal. Os desfechos secundários incluíram ruptura prematura de membranas e descolamento de placenta.

Os resultados da análise ilustraram um aumento estatisticamente significativo no risco de ruptura prematura de membranas entre as pacientes em uso de vitamina E em relação ao placebo. A cada 19 pacientes que realizaram suplementação, uma apresentou ruptura prematura de membranas. Por outro lado, o risco de descolamento de placenta foi menor no grupo de intervenção, de modo que a cada 333 pacientes tratadas, uma apresentou redução no risco de descolamento prematuro de placentas. Em relação os desfechos de maior valor aos pacientes, segundo as pesquisas, o que inclui morte neonatal, não houve nenhum benefício ao se suplementar vitamina E.

As vulnerabilidades metodológicas permanecem, contudo, expressivas. Não há uma uniformidade para a maneira e critérios de suplementação de vitamina E entre os ensaios clínicos avaliados. A maioria das gestantes incluídas nas populações de estudo também estavam utilizando outros suplementos vitamínicos, o que reduz a capacidade de avaliação se os efeitos são decorrentes da vitamina E ou de outra vitamina suplementada.

A mesma controvérsia em relação à suplementação durante a gestação é também observada durante o período neonatal. Na população neonatal, a suplementação de vitamina E para redução de estresse oxidativo foi responsável por aumento de sepse neonatal e enterocolite necrotizante.

Mensagem prática

Portanto, a mensagem a ser levada para casa é a não recomendação de suplementação de vitamina E durante a gestação. Embora seu uso possa em algum modo reduzir o risco de descolamento placentário, o uso está fortemente associado ao desencadeamento de ruptura prematura de membranas. Dessa forma, ainda que se especule possibilidades futuras de se avaliar essa intervenção, estudos que a considerem devem ser evitados, uma vez que implicam fatalmente em aumento e exposição de risco materno-fetal conforme as evidências já existentes.

Agora você já sabe como orientar esse tópico de suplementação vitamínica com boas evidências em relação ao uso de vitamina E no seguimento pré-natal. Outras condutas e recomendações na assistência pré-natal você encontra acessando a sessão de ginecologia e obstetrícia do Whitebook.

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